"Periscianos entre a noite e a manhã caímos em espiral, desde sempre. Não existem leis, não, e também não há ritmo. Não há centro. Nem unidade, nem tempo nem espaço. O nosso raciocínio científico é um pobre instrumento de análise; uma rede de malhas cada vez mais fechadas que capta e amarra os termos inertes da nossa dialéctica; um filtro que extrai às palavras todo o espírito, toda a imagem, toda a força criadora, todo o conhecimento, que as isola, descasca, lava, purifica, despoja de toda a ligação, todo o grânulo, toda a escória que arrastavam com elas de nascença para chegar a circunscrever, definir uma coisa única logo metafísica, isto é, nada porque tudo se mantém, liga, salta «e não podemos definir um fio de palha sem desmontar o universo»."
Blaise Cendrars, "O Eubage", trad. Aníbal Fernandes, & etc
11/10/08
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