01/12/08

E tu poderias?

De repente salpiquei para fora do copo de tinta
um mapa do quotidiano.
Mostrei num prato de geleia
as oblíquas maçãs do rosto do oceano.
Nas escamas de um peixe de ferro branco
li o apelo de lábios novos.
E tu,
poderias tu
tocar um nocturno
com a flauta das goteiras?

Vladimir Maiakovski, 33 Poesias (Trad. Adolfo Luxúria Canibal), edições quasi

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