20/02/09

Arcos de luar

Xilofone
“Jogo infantil. Água de madeira. Princesas a fiar no jardim, raios de luar.”
Uma traição inqualificável
“O meu único inimigo, provocador e brigão, era o vento. Quase todas as noites, antes de entrar no meu quarto, deixava-o silvar alegremente abraçado a um poste da rua, ou entretido com os papéis que pastavam pela calçada. Mas, mal eu me despia, e a cadeira complacente sacudia o pó e abria os braços para me receber, o vento começava a bater violentamente contra a janela, tentando insinuar-se por alguma fenda, ou abri-la à força; a minha janela, porém, cruzava bem os seus dois rudes e únicos dedos, e mofava do vento.”
A agradável consigna de Santa Huesca
“[…] É um vulgar tiquetaque que ora saltita, ora pergunta, ora se concentra esgrimindo um livro, ora derruba um carro eléctrico que segue à cabeça da multidão. Este tiquetaque não tem a ver com as mortes nem com a história. Feitas as contas, vai ao que os outros vão.”
J.F. Aranda, Os poemas de Luis Buñuel (trad. Mário Cesariny), Assírio & Alvim

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